A colonização portuguesa, foi sobretudo, uma tentativa
de reproduzir, no Brasil, os ambientes da terra mãe - na arquitetura, na moda,
na literatura e principalmente, na culinária, com almoço às 9h da manhã, jantar
às 2h da tarde e ceia às 7h da noite.
Sendo assim em 1840, no Rio de Janeiro, foi lançado o
primeiro grande livro de culinária brasileira, Cozinheiro Imperial ou nova
arte do cozinheiro e do copeiro em todos os seus ramos, com receitas do que
se deveria servir às esplendidas mesas e delicados gostos, bem como ao
alcance das mais moderadas posses e das mais simples
necessidades.
Quase uma reprodução de outro que, à época, fazia muito
sucesso em Portugal, O cozinheiro moderno, de Lucas Rigaud, um francês
que foi cozinhar para rainha D. Maria, a Louca, e acabou afrancesando a
culinária portuguesa. O cozinheiro imperial foi assinado pelo chefe de
cozinha R.C.M., que não se sabe quem terá sido.
Começa com um desenho em bico-de-pena,
ensinando como trinchar as carnes e servir à mesa. Depois, nessa ordem: receitas
de sopas, caldos, vitela, carneiro, veado, aves, caça, olha podrida (como era
chamado o cozido na época), peixes, mariscos (incluídos camarões, lagosta, lulas
e polvo), legumes, massas, doces, sugestões para banquetes encerrando com um
dicionário explicativo. A partir da quinta edição, novas receitas foram
acrescentadas: angu, caruru, moquecas, vatapá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário